O Carnaval é
uma festa anual que promove desfiles suntuosos e arrebata multidões para as
ruas percorrerem as principais avenidas atrás de um carro de som (trio
elétrico) ou dentro de um clube, extravasando suas emoções e suas paixões
carnais, promovendo comilanças, extravagâncias, sensualidade, erotismo,
exibicionismo e culto ao corpo, liberalidade sexual (orgias = sexo desenfreado,
sem compromisso, sem culpa e sem pudor), uso desenfreado de álcool e demais
drogas (cocaína, êxtase, LSD, maconha, lança-perfume, crack, heroína,
anfetaminas, alucinógenos, estimulantes, etc) e excessos em geral, além de
muita violência e imoralidade.
Em suma, é
um ato de total entrega, de transe e êxtase, de liberação de todas as tensões
reprimidas e da envolvência absoluta entre o real e o fantástico. Nas luzes dos
refletores e câmaras de TVs são focados os corpos desnudos das mulheres. Depois
dessa imoralidade, há ainda os bailes funks onde igualmente ocorrem o uso de
drogas e a prática de sexo livre. Tanto é assim que 99% dos resultados de
pesquisa na Internet com a expressão “bailes funks” são pornografias e o caso
do desaparecimento do repórter Tim Lopes
(http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u52297.shl e
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u54153.shl).
O carnaval
como uma performance de transgressão e inversão do sistema de signos urbanos,
desfaz o código cotidiano de relacionamento do sujeito coma cidade,
estabelecido pelo compromisso produção/consumo e inventa uma semiótica
determinada pelo excesso, pela ironia e pelo grotesco. Na imagem da cidade do
carnaval é determinante a sintaxe da obscenidade, da orgia, da perversão
simbólica.
O carnaval
além de ser uma festa que contamina toda uma cidade, é uma forma de apropriação
urbana que altera sensivelmente a imagem, a ordem e os valores que regem e
fazem o estilo de vida dos outros dias do ano, fazendo da cidade o lugar de uma
orgia coletiva. Se a cidade é o centro das operações mercadológicas do
capitalismo, durante o ritual carnavalesco, ela é reorganizada, por um
urbanismo perverso, para permitir a comercialização, consumismo e o desperdício
do erótico, da libido, da violência, materialismo, supérfluo, luxúria e vaidade. A cidade é percorrida pelo lúdico,
pela sedução e até pela apelação direta ao sexo livre, como registra as
campanhas dos preservativos. Uma estranha cidade portátil é construída dentro
da antiga, tendo as barracas de bebidas alcoólicas como principal serviço
urbano. Uma multidão consumidora e espetacular e um território fantasmagórico
se erguem, subvertendo momentaneamente a aparente racionalidade urbana. Neste
audacioso ritual de libertinagem, patrocinado pelo poder e pelo "bom
senso" de uma sociedade indiscretamente moralista, a cidade é o palco da
sedução e de total entrega, sem pudor, aos prazeres da carne.
Todo mundo
pensa que o Carnaval é uma festa típica do Brasil. Mas toda essa farra/folia
existe desde a Antiguidade e vem de muito longe. Por meio de suas festas
tradicionais, as comunidades estreitam seus laços e mantêm sua identidade como
grupo, celebrando também sua vida cotidiana. Em tempos remotos, o homem
primitivo pedia aos deuses proteção e colheitas fartas, muitas vezes usando
comida, bebida, música e dança como oferendas. Como a agricultura está
relacionada ao ciclo das estações, essas celebrações se tornaram periódicas.
No Egito,
festa da Deusa Ísis (http://geocities.yahoo.com.br/marcusu2/isis.html) e do Boi
Apís (http://www.sergiosakall.com.br/africano/materia_egitomitologia.html e
http://www.klepsidra.net/klepsidra16/egito-10.htm). Na Pérsia, festas da deusa
da Fecundidade Naita e de Mira, deus dos Pastores. Na Fenícia, Festa da deusa
da Fecundidade Astarteia. Em Creta, festa da Grande Mãe, deusa protetora da
terra e da fertilidade, representada por uma pomba. Na Babilônia, as Sáceas,
festas que duravam cinco dias e eram marcadas pela licença sexual e pela
inversão dos papéis entre servos e senhores, e pela eleição de um escravo rei
que era sacrificado no final da celebração. Com o cristianismo, a Igreja
Católica transformou alguns desses rituais pagãos em homenagens aos santos,
conferindo a eles um caráter sagrado de acordo com os princípios cristãos.
Vários elementos das antigas festas pagãs, porém, foram preservados.
No Brasil, a
maioria das festas populares tem origem ibérica, africana e indígena e segue as
datas do calendário católico. São comuns, nas festas populares baseadas no
calendário religioso, manifestações de sincretismo afro-cristão, que fundem os
orixás do candomblé com os santos católicos. Às vezes as festas coincidem com o
calendário laico/civil.
O Carnaval
tem sua origem no culto agrário praticado pelos povos da antigüidade, em que
homens e mulheres mascarados, com corpos e rostos pintados com carvão e
cobertos de peles e plumas, saiam em bandos para afastar os demônios das casas.
Quando o
cristianismo chegou já encontrou as festas, ditas orgiásticas, no uso dos
povos. Por seus caracteres libertinos e pecaminosos foram a princípio
condenados pela Igreja Católica. Teólogos, doutores e Papas da Igreja Católica,
como São Clemente de Alexandria (escritor e doutor da Igreja - 150 - 213 d.C.)
TERTULIANO (teólogo romano - Cartago - 155 - 266 d.C., grande pensador
polemista dos primeiros séculos da Igreja, combateu tenazmente o relaxamento
dos costumes); SÃO CIPRIANO (Bispo e mártir. Padre da Igreja Latina, Cartago,
iniciado no século III. Foi decapitado por ocasião das perseguições de
Valério); Inocêncio II (Papa-Roma: 1130-1140), entre outros, foram contra o
Carnaval.
O carnaval
foi redirecionado e conduzido pela Igreja Católica durante muito tempo, mas aos
poucos foi ficando fora de controle. A história registra, em quase todas as
culturas conhecidas, o emprego de máscaras durante cerimônias religiosas,
folguedos de plantio e colheita e na representação das artes cênicas. Na África
ela tinha função mística e terrífica. No Brasil era generalizado o seu uso
entre indígenas, embora não tenha alcançado popularidade entre os
colonizadores. Nas Caraíbas, o uso de máscaras, penas, fantasias e instrumentos
de percussão, bem como o hábito dos desfiles, teve origem em rituais africanos
de cura, exorcismo de maus espíritos, obtenção de sorte e felicidade. Nos
Barbados, Jamaica, Granada, Republica Dominicana, Haiti, Cuba, Saint Martin,
Ilhas Cayman, etc., onde os coloridos desfiles são uma constante, são muitas e
variadas as celebrações de Carnaval que podemos encontrar, muitas delas
resultantes da fusão entre rituais africanos e tradições Europeias.
Pelo fato de
muitas pessoas terem represadas em seu íntimo, inúmeras fantasias, ansiedades e
desejos das mais diversificadas ordens (devido às imposições legais,
religiosas, cristãs, morais, dos bons costumes, éticas, tabus, dogmas, etc),
essas vontades incontidas, costumam ser exteriorizadas em momentos de maior
permissividade, ou mediante o uso de máscaras para não serem reconhecidos, pois
o indivíduo não se permite mostrar intimamente em função do medo/receio do
julgamento alheio ou mesmo por conta do cerceamento promovido pela legislação
humana em tempos ditos normais ou civilizados.
Dessa forma,
é usual o abuso de bebidas alcoólicas (até como um agente
"encorajador"), a atividade sexual infrene e irresponsável, assim
como o uso de diversas substâncias estupefacientes, o que transforma esse
período num "vencedor" disparado, em matéria de estatística do terror
e do morticínio brutal: acidentes automobilísticos, assassinatos, suicídios,
estupros e outros fatos lamentáveis comportam-se em um crescente nessas
ocasiões. E essas estatísticas não costumam considerar outros infortúnios
ocultos aos olhos da mídia em geral, tais como: a iniciação homossexual, o
defloramento de adolescentes imaturas, as gravidezes indesejadas desaguando
freqüentemente em abortos provocados, a disseminação das doenças sexualmente
transmissíveis (inclusive a AIDS) e as ulcerações morais marcando profundamente
certas almas desavisadas e imprevidentes. O fato é que se torna corriqueira a
associação do desregramento sexual ao alcoolismo e outros tipos de toxicomania
e destes com as desgraças mais mediatas ou mais tardias.
A dança
sempre foi um acessório cultual, entre os índios, nas religiões afro, no antigo
Egito e em inúmeros cultos antigos. Mircea Eliade, historiador das religiões, afirma
que a dança e a música de tambores eram parte indispensável dos cultos antigos.
Dez mil anos
antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos
mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita em ritos
de caráter orgíaco/sexual (simbolizando a fertilidade e produtividade do solo),
deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez. Vários povos já
evocavam a Mãe Terra e outros deuses através de sacrifícios animais, relações
sexuais sobre a terra arada, danças, cânticos e outras manifestações.
Comemorava-se a chegada da primavera, agradecendo aos deuses pela volta do
clima agradável e bom para a agricultura. As origens do carnaval têm sido
buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas
Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam
com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da
primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam,
as grandes festas como o carnaval estão associadas a fenômenos astronômicos e a
ciclos naturais.
Com
vestígios de cerimônias pagãs de uma antigüidade esquecida, o Carnaval surgiu
de forma grotesca, brutal, de uma mistura ruidosa e colorida de crenças, costumes
e tradições de fundo místico, envolvendo o antigo Egito e outras vetustas
civilizações como a Grécia, Roma, China, a lendária Índia e África. Oriundo de
rituais pagãos como as festas em honra a Baco (na mitologia romana, conhecido
por Dionísio, na mitologia grega), Pan, Saturno e outros deuses e semideuses,
mergulha as raízes de sua fantasia em recordações que se perdem nas brumas do
passado, recuado nos tempos mais remotos.
Estudiosos
divergem quanto a origem da palavra CARNAVAL. Para uns, a palavra CARNAVAL vem
de CARRUM NAVALIS, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas
(ritual ao deus Dionísio que mais tarde foi celebrado em Roma como Baco,
espalhando-se para os países de cultura neolatina) nos séculos VII e VI a.C.,
para outros, a palavra CARNAVAL surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C.
transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que
precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "qüinquagésima"
deu o título de "dominica ad carne levandas", expressão que teria
sucessivamente se abreviado para "carne levandas", "carne
levale", "carne levamen", "carneval" e
"carnaval", todas variantes de dialetos italianos (milanês,
siciliano, calabres, etc..), em latim "carnem levare", modificada
depois para "carne, vale!" (adeus, carne!) e que significam ação de
tirar, quer dizer: "tirar a carne". Palavra originada entre os
séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão
da carne devido à Quaresma. O povo passou a comemorar o começo da QUARESMA,
bebendo e comendo, para compensar o jejum. Provavelmente vem também daí a
denominação "Dias Gordos", onde a ordem é transgredida e os abusos
tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias
Magros da Quaresma). A terça-feira. (mardi-grass), seria legitimamente a noite
do carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne (exceto a
de peixe) antes dos 40 dias de jejum (Quaresma).
Afirmam
alguns pesquisadores que a palavra CARNAVAL teria surgido em Milão, em 1130,
outros dizem que a festa só teria o nome CARNAVAL na França, em 1268 ou, ainda
na Alemanha, anos 1800. Uma outra corrente, essa menos conhecida, citada no
livro - A Cultura Popular na Idade Média - contexto de François Rabelais, de
Mikhail Bakhtin, diz que: "na segunda metade do século XIX, numerosos
autores alemães defenderam a tese que a palavra carnaval viria de KANE ou KARTH
ou "lugar santo "(isto é, comunidade pagã, os deuses e seus
seguidores) e de VAL ou WAL ou morto, assassinado, que dizer procissão dos
deuses mortos, uma espécie de procissão de almas errantes do purgatório
identificada desde o século XI pelo normando Orderico Vital, como se fosse um
exército de Arlequins desfilando nas estradas desertas buscando a purificação
de suas almas. Essa procissão saía no dia do Ano Novo, durante a Idade
Média".
Para uns, o
vocábulo advém da expressão latina "carrum novalis" (carro naval),
uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos
inauguravam suas comemorações.
Em Roma, em
glória ao deus Saturno (deus da agricultura), comemoravam-se as Saturnais.
Esses festejos eram de tamanha importância que tribunais e escolas fechavam as
portas durante o evento, escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para
dançar. A euforia era geral. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros
buscando semelhança a navios saíam na "avenida", com homens e
mulheres nus. Estes eram chamados os carrum navalis. Muitos dizem que daí saiu
a expressão carnevale.
A história
do carnaval, considerando os seus focos de iradiação, é dividida em quatro
períodos históricos: o Originário, (4.000 anos
a.C. ao século VII a.C.), o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI
d.C.), o da Cristandade (do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o
Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XX).
Depois do
Egito, o primeiro, do segundo na Grécia e Roma Antigas e do terceiro, no
Renascimento Europeu, particularmente em Veneza, o Carnaval encontra no Rio de
Janeiro o seu quarto foco resgatando o espírito de Baco e Dionisus (o mesmo
deus com nome de Baco na mitologia romana e Dionísio na mitologia grega).
Assim, o
Primeiro Centro (foco, fonte) de Festa do Carnaval foi no Egito, há seis mil
anos atrás, com cânticos e danças em torno de fogueiras, máscaras e adereços.
Os foliões usavam máscaras e disfarces simbolizando a inexistência de classes
sociais. Era celebração aos deuses pela fertilidade e colheita nas primeiras
lavouras, às margens do Nilo.
O Segundo
foco do Carnaval localiza-se na Grécia e em Roma (em homenagem aos deuses Baco
[Bacanália, de onde vem a expressão Bacanal (suruba) -
http://www.unilaboralcaceres.net/departamentos/latinygriego/Albumprado/PoussinLa%20Bacanal.jpg],
Saturno [Saturnália - http://www.ancientworlds.net/aw/Thread/452274] e Pã
[Lupercais, de onde vem a expressão pandemônio]), entre o século VII a.C. e VI
d.C. É nessa época que sexo e bebidas se fazem presentes na festa em honra ao
deus Dionisus (deus do vinho) com as celebrações dionisíacas.
ZAQUEU: Nome
com que Dioniso (http://www.mondogreco.net/dioniso.htm) era conhecido,
sobretudo, na Ásia Menor e em Creta. Zaqueu é o grande caçador que aparece em
algumas peças de Esquilo, no século VI a.C..
Dionísio,
mais conhecido entre nós como Baco
(http://www.adccta.com.br/areas/cultural/grecia5.htm), era um deus bastardo
para os pagãos. As suas raízes mais remotas encontram-se na Grécia Antiga, no
culto a Dionísio, o deus da vindima, que mais tarde foi celebrado em Roma como
Baco, espalhando-se para os países de cultura neolatina. Dionísio perambulara
por muito tempo pela Ásia Menor até que, conta a lenda/mitologia, pelas mãos do
sacerdote Melampo, introduziu-se nas terras gregas. Tornou-se um sucesso. Conforme
as plantações de parreiras se espalhavam pelas ilhas da Grécia e pela região da
Arcádia, mais gente o celebrava. Em todas as festas no campo ele se fazia cada
vez mais presente. Por essa altura, já entronado como deus das vindimas,
representavam-no como uma figura humana, só que de chifres, barbas e pés de
bode, com um olhar invariavelmente embriagado, com a ânfora e com a taça.
Com as
características, ora de deus da cultura do vinho e da figueira, ora simbolizado
pela Hera e pelos Pinheiros, ora representados pelo bode, Dioniso, o deus da
transformação e da metamorfose, que havia sido expulso de Olimpo, todos os
anos, chegava à Grécia, aos primeiros raios de sol da primavera, acompanhado de
um séquito de sátiros e ninfas sendo saudado pelos fiéis com música, danças,
algazarras, vinhos, sexo e também violência que por vezes terminava em
tragédia”.
PISISTRATO
além de incentivar o culto a Dioniso entre os camponeses e lavradores organizou
oficialmente as procissões dionisíadas onde a imagem do deus Dioniso era
transportada em embarcações com rodas (carrum navalis) simbolizando que o deus
havia chegado a Atenas pelo mar, puxadas por sátiros (semi deuses que segundo
os pagãos tinham pés e pernas de bode e habitavam as florestas) com homens e
mulheres nús, em seu interior. Seguindo o cortejo, uma multidão de mascarados,
meio a um touro, que depois seria sacrificado, percorria as ruas de Atenas em
frenéticas passeatas de júbilo e alegria. A procissão terminava no templo
sagrado, o Lenaion, onde se consumava a hierogamia (o casamento do deus com a
Polis inteira em procura da fecundação).
Consta que
as primeiras seguidoras do deus Dionísio, há uns 3 ou 3,5 mil anos atrás, foram
mulheres que viram nos dias que lhe eram dedicados um momento para escaparem da
vigilância dos maridos, dos pais e dos irmãos, para poderem cair na folia
"em meio a danças furiosas e gritos de júbilo". Nos dias permitidos,
elas, chamadas de coribantes, saíam aos bandos, com o rosto coberto de pó e com
vestes transformadas ou rasgadas, cantando e gritando pelas montanhas gregas.
Os homens, transfigurados em silenos e sátiros, não demoraram em aderir às
procissões de mulheres e ao "frenesi dionisíaco". A festança que se
estendia por três dias, encerrava-se com uma bebedeira coletiva em meio a um
vale-tudo pansexualista.
As
BACCHANTES, sacerdotisas que celebravam os mistérios do culto a Dioniso, nesse
tempo mais conhecido como BACO (é com o nome de
BACO que Dioniso entrou em Roma, daí alguns estudiosos afirmarem a
origem italiana da palavra), ao invadirem as ruas de Roma, dançando, soltando
gritos estridentes e atraindo adeptos em número crescente, causaram tais
desordens e escândalos que o Senado Romano proibiu as BACANAIS, em 186 a.C..
Nas antigas
Grécia e em Roma, entre o século VII a.C. e VI d.C., com as sociedades já
organizadas em castas e rígidas hierarquias, com a nobreza, o campesinato e os
escravos, nitidamente separados por classes acentuam-se as libertinagens e
licenciosidades, provocadas, ao que se supõem, pela necessidade de válvulas de
escape (era o culto ao corpo sem culpa da filosofia escolástica). Sexo, bebidas
e orgias incorporam-se, definitivamente, às festas que, juntamente com o
elemento processional e a inversão de classes, compõem o modelo que alguns
autores consideram o fulcro estético e etimológico do carnaval.
Essas festas
pagãs eram realizadas de 16 a 18 de dezembro (Saturnais - em honra a deus
Saturno na mitologia grega absorvida por Roma, onde os Tribunais e escolas
fechavam as portas, escravos eram alforriados, dançava-se pelas ruas em grande
e igualitária algazarra) e 15 de fevereiro (Lupercais - em honra a Deus Pã, na
Roma Antiga, dedicados à fecundidade). Os Lupercos, sacerdotes de Pã, saíam
pelados, banhados em sangue de cabra, e perseguiam os transeuntes, batendo-lhes
com uma correia.
Em março, os Bacanais homenageavam Baco (o deus grego
Dionísio em versão romana), celebrando a primavera inspirados por Como e Momo,
entre outros deuses.
Saturno,
deus da agricultura dos antigos romanos, identificado como CRONOS pelos gregos,
pregava a igualdade entre os homens e foi quem ensinou a arte da agricultura
aos italianos. Também expulso do Olimpo, Saturno chegava com os primeiros
sopros do calor da primavera e era saudado com festas e um período de liberação
das convenções sociais. Durante as Saturnálias os escravos tomavam os lugares
dos senhores. Não funcionavam os tribunais e as escolas. Os escravos saiam às
ruas para comemorar a liberdade e a igualdade entre os homens, cantando e se
divertindo em grande desordem. As casas eram lavadas, após os excessos
libertários que aconteciam de 17 a 19 de dezembro (no hemisfério norte
correspondia à entrada da primavera. Com a reforma do calendário e a inclusão
de mais dois meses, julho e agosto, em homenagem aos imperadores romanos Júlio
Cesar e Augusto formam empurrados para diante) seguiam-se a sua Purificação com
as LUPERCAIS, festas celebradas em 15 de fevereiro, em homenagem ao deus Pã que
matou a loba que aleitara os irmão Rômulo e Remo, fundadores de Roma. Os
Lupercos, sacerdotes de Pã, saiam nús dos templos, banhados em sangue de cabra
e depois lavados com leite e cobertos por uma capa de bode perseguiam as
pessoas pelas ruas, batendo-lhes com uma correia. As virgens quando atingidas
acreditavam se tornarem férteis e as grávidas, se tocadas, conseguiam livrar-se
das dores do parto.
Suetônio
conta que no tempo das Saturnais todos os participantes e os escravos podiam
dizer verdades a seus senhores indo até ao extremo de ridicularizá-los do jeito
que bem entendessem.
Dizem os
mitólogos que os seus chifres de Pã representam os raios do Sol; a vivacidade
de sua tez exprime o fulgor do céu; a pele de cabra estrelada que usa sobre o
estômago representa as estrelas do firmamento; enfim os seus pés e as suas
pernas eriçados de pêlos designam a parte inferior do mundo, - a terra, as
árvores e as plantas. Em Roma, foi identificado ora com Fauno, ora com Silvano.
O terceiro
Centro de festas do Carnaval fixou-se nas cidades de Nice, Roma e Veneza
(bailes de máscaras do Renascimento) e passou a irradiar para o mundo inteiro o
modelo de Carnaval que ainda hoje identifica a festa, com mascarados,
fantasiados e desfiles de carros alegóricos.
Na Roma
Antiga, pessoas mascaradas desfilavam em carros puxados por cavalos, com
estrutura semelhante a barcos, sobre os quais homens e mulheres nus cantavam e
dançavam frenética e obscenamente. Esses carros, chamados carrum novalis, podem
ter inspirado o nome da festa (‘adeus à carne’, ou festa da carne). Hoje, os
foliões percorrerem as principais avenidas atrás de um carro de som
extravasando suas emoções e suas paixões carnais.
O Carnaval
de Veneza, na Itália, é diferente em estilo, ritmo e espírito de qualquer outro
carnaval. Já em suas raízes é uma celebração de elite, intelectualizada, embora
hedonística. As fantasias e as famosas máscaras venezianas inspiram-se na
elegância e bom gosto dos trajes dos séculos XVII e XVIII ou nas personagens da
Commedia Dell´Arte, em que figuram os nossos conhecidos pierrôs, colombinas e
polichinelos.
Commedia
dell'arte - Conhecida também como Comédia de Máscaras, a Commedia Dell´Arte era
composta por espetáculos teatrais em prosa, muito populares na Itália e em toda
a Europa na segunda metade do século XVI até meados do século XVIII. O
espetáculo era baseado no improviso dos atores, que seguiam apenas um esquema
elaborado pelo autor para cada cena cômica, trágica ou tragicômica. Grandes
atores criavam as ações e os diálogos diante do público. Tornaram-se famosas as
figuras de Arlequim, do doutor, do capitão Spaventa, de Pulcinella, Pantalone e
Colombina, entre outros, com seus tipos físicos regionais, com seus dialetos e
temperamentos especiais, vestimentas e máscaras características.
Felipe, o
Belo (1478 - 1505) costumava se mascarar no Carnaval. Carlos III, sofreu
atentado no Carnaval, fantasiado de urso. O costume do uso de máscara se
estendeu de tal maneira que, no século XVIII, em Veneza tornou-se, quase um
hábito diário. O exagero chegou a tal ponto, com homens, mulheres e crianças
permanentemente mascarados, que estimulou o crime. Os homens normalmente com
longas capas e mascarados, ao praticarem um crime, impossibilitavam a polícia
identificar os assassinos. Em conseqüência, o uso diário de máscara foi
proibido. Os venezianos passaram a se mascarar só durante o carnaval, que,
aliás chegava a durar um mês, ou, em festas e jantares, hábito este importado
para a França.
No final do
século XI, o Carnaval de Veneza aparecia nas crônicas como festejos que
chegavam a durar até seis meses. Por essa época chegou-se até a regulamentar o
uso das máscaras, que haviam invadido o cotidiano do povo veneziano. São comuns
os relatos de abusos praticados atrás das máscaras durante e depois do carnaval
de Veneza: desde a mais ingênua tentativa de sedução até o adultério; de
pequenos furtos até homicídios. As autoridades proibiram o uso das máscaras no
início do século XVII.
Após quase
desaparecer no século XIX, o Carnaval de Veneza vem, desde 1980, sendo revivido
e encorajado pelas autoridades. Atrai hoje mais de 100 mil pessoas que, apesar
do frio e da ameaça das marés altas que freqüentemente inundam a praça de São
Marcos, para ali convergem a fim de admirar o luxo das fantasias e das
máscaras.
Em Veneza,
nas belas mansões e palácios do Gran Canale, organizam-se também luxuosos
bailes, regados a champanhe e animados por ruidosas orquestras. A alta
sociedade internacional, afastada do burburinho das ruas, comparece aos salões
dos hotéis de luxo, decorados a cada ano com temas retirados das óperas de
Verdi. Neles dançam-se valsa, tarantela e até mesmo o samba, cada vez mais
popular. O povo, por sua vez, concentrado na Praça São Marcos, se diverte de
maneira bem mais desinibida.
O Carnaval
totalmente Pagão começa oficialmente quando Pisistráto oficializa o culto a
Dioniso na Grécia, no século VII a.C. e,
termina, dando origem à festividade apóstata, quando a Igreja Católica adota,
oficialmente, o carnaval, em 590 d.C. e adquire suas características básicas,
na Renascença. Termina no século XVIII, quando um novo modelo de carnaval
(pós-moderno) começa a se delinear. O Carnaval moderno foi concebido para que
as pessoas pudessem extravasarem (se esbaldarem com comidas, bebidas, festas e
orgias) antes que chegasse o momento católico de consagração e jejum light
(somente não comer carne, exceto a de peixe) que precede a Páscoa, ou seja, a
Quaresma.
Os foliões,
regados a bebidas alcoólicas e sexo sem limites enchem ilusoriamente o coração,
num ato de total entrega, transe e
êxtase, de liberação de todas as tensões reprimidas realizam todas as suas
fantasias, desejos e instintos animais e carnais na esperança ilusória de
poderem neste curto espaço de tempo ceder sem nenhum temor a Deus, às suas
luxurias e concupiscências, afinal, no Carnaval tudo é permitido/liberado, na
ignorância de que na quarta-feira de cinzas confessando os seus excessos
pecaminosos, através da figuração das cinzas em suas testas, terão os seus
pecados perdoados como se Deus tivesse permitido, dado o seu aval para outros
deuses serem venerados e adorados nesta celebração.
Por causa do
teor ‘carnal’ da festa, ela foi perseguida pela igreja católica durante muito
tempo, mas, com o tempo, passou a ser tolerada. Assim, antes de permitir o
Carnaval, a Igreja Católica condenava a festa por seu caráter “pecaminoso”. No
entanto, as autoridades eclesiásticas da época se viram num beco sem saída. Não
era mais possível proibir o Carnaval. Foi então que houve a imposição de
cerimônias oficiais sérias para conter a libertinagem. Mas esse tipo de festa
batia de frente com a principal característica do Carnaval: o riso, a
brincadeira, a libertinagem ...
É só em
1545, no Concílio de Trento, que o Carnaval é reconhecido como uma manifestação
popular de rua. Em 1582, o Papa Gregório XIII transforma o Calendário Juliano
em Gregoriano e estabelece as datas do Carnaval. O motivo da mobilidade da data
é não coincidir com a Páscoa Católica, que não pode ter data fixa para não
coincidir com a Páscoa dos judeus. No início, o carnaval era comemorado em 25
de dezembro, compreendendo os festejos do Natal, do Ano Novo e de Reis, onde
predominavam jogos e disfarces. Na Gália, tantos foram os excessos que Roma o
proibiu por muito tempo. Foi a Igreja que estabeleceu a data definitiva: sete
domingos antes da Páscoa, geralmente entre 22 de março e 25 abril.
A
civilização judaico cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no
castigo, na penitência e na redenção renega e condena o carnaval e muito embora
seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV,
o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução imprimindo uma mudança estética
ao introduzir o baile de máscaras quando permitiu que em frente ao seu palácio,
na Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Já no carnaval romano, viam-se
corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos, brigas de confetes, corridas
de corcundas, lançamentos de ovos e outros divertimentos. Como a Igreja
proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram
forma: corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez. Estava reduzido o
carnaval à celebração ordeira, de caráter artístico, com bailes e desfiles
alegóricos.
"O
Carnaval é uma celebração que combina desfiles, enfeites, festas folclóricas e
comilança que é comumente mantido nos países católicos durante a semana que
precede a Quaresma. Carnaval, provavelmente vem da palavra latina
"carnelevarium" (Eliminação da carne), tipicamente começa cedo no ano
novo, geralmente no Epifânio, 6 de Janeiro, e termina em Fevereiro com a Mardi
Gras na terça-feira da penitência (Shrove Tuesday)." (The Grolier
Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
Tudo isso
era apenas pretexto para que os romanos e gregos continuassem com suas
comemorações pagãs, apenas com outro nome, já que a Igreja Católica era quem
ditava as ordens na época e não era nada ortodoxo se manter uma comemoração
pagã em meio a um mundo que se dizia Cristão. O Carnaval Originário tem como
marco inicial a criação dos cultos agrários e, como ponto final a oficialização
das festas a Dioniso, durante o reinado de Pisistrato na Grécia, de 605 a 527
a.C.
"Provavelmente
originário dos "Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã", o primeiro
carnaval que se tem origem foi na Festa da deusa Osiris no Egito, o evento que
marca o recuo das águas do Nilo. Os Carnavais alcançaram o pico de distúrbio,
desordem, excesso, orgia e desperdício, junto com a Bacchanalia Romana e a
Saturnalia. Durante a Idade Média a Igreja tentou controlar as comemorações.
Pré-Cristãos medievais e Carnavais modernos tem um papel temático importante.
Eles celebram a morte do inverno e a celebração do renascimento da natureza,
ultimamente reúnem o individual ao espiritual e aos códigos sociais da cultura.
Ritos antigos de fertilidade, com eles sacrifícios aos deuses, exemplificam
esse encontro, assim como fazem os jogos penitenciais Católicos. Por outro
lado, o carnaval permite paródias, e separação temporária de constrangimentos
sociais e religiosos. Por exemplo, escravos são iguais aos seus mestres durante
a Saturnália Romana; durante o carnaval fantasias sexuais e tabus sociais são,
algumas vezes, temporariamente suspensos." (The Grolier Multimedia
Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade). O Carnaval é uma
festa pagã que os católicos tentaram mascarar para parecer com uma festa
cristã, assim como fizeram com o Natal e outros rituais e cerimônias pagãs. Os
romanos adoravam comemorar com orgias, bebedices e glutonaria. A Bacchanalia
era a festa em homenagem a Baco (o deus grego Dionísio em versão romana), deus
do vinho e da orgia, na Grécia, havia um deus muitíssimo semelhante a Baco, seu
nome era Dionísio, da Mitologia Grega Dionísio era o deus do vinho e das
orgias. Veja o que The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997 diz a respeito da
Bacchanalia, ou Bacanal
(http://www.uco.es/~ca1lamag/Galerias/PUUSSIN%20Bacamal.JPG), Baco e Dionísio e
sobre o Festival Dionisiano: "O Bacanal ou Bacchanalia era o Festival
romano que celebrava os três dias de cada ano em honra a Baco, deus do vinho.
Bebedices e orgias sexuais e outros excessos caracterizavam essa comemoração, o
que ocasionou sua proibição em 186 dC." (The Grolier Multimedia
Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
A Pintura
“Triunfo de Baco y Ariadna”
(http://cv.uoc.es/~991_04_005_01_web/fitxer/farnese2.jpg), de 1597, de Annibale
Carracci:. Fresco. 600 x 1800 cm. Encontra-se no Palacio Farnese, em Roma
(http://cv.uoc.es/~991_04_005_01_web/fitxer/perc68a.html).
"Da Mitologia
Romana, Baco era o Deus do vinho e da orgia. O filho de Semele e Júpiter, Baco
era conhecido pelos gregos como Dionísio. Sua esposa era Ariadine."
"Dionísio
era o antigo deus grego da fertilidade, danças ritualísticas e misticismo. Ele
também supostamente inventou o vinho e também foi considerado o patrono da
poesia, música e do drama. Na lenda Órfica Dionísio era o filho de Zeus e
Persephone; em outras lendas, de Zeus e Semele. Entre os 12 deuses do Monte
Olimpo ele era retratado como um bonito jovem muitas vezes conduzido numa
carruagem puxada por leopardos. Vestido com roupas de festa e segurando na mão
uma taça e um bastão. Ele era geralmente acompanhado pela sua querida e
atendido por Pan, Satyrs e Maenades. Ariadine, era seu único amor."
"O
Festival Dionisiano era muitas vezes orgíaco, adoradores algumas vezes
superavam com êxtase e entusiasmo ou fervor religioso. O tema central dessa
adoração era chamado Sparagmos: deixar de lado a vida animal, a comida dessa
carne, e a bebida desse sangue. Jogos também faziam parte desse festival."
(The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga
Cidade).
Foi na Idade
Média que a folia se expandiu numa verdadeira orgia, num delírio total e
loucuras coletivas. Um pandemônio! Na Itália da Renascença era uma festa de
arte; na França, uma festa mística, extravagante e irônica, como a debochada
festa dos loucos, diante da Catedral de Notre-Dame, em Paris. Enquanto isso, na
Espanha eram realizadas Batalhas de Flores.
Há
referências a comemorações na França, com vinho e sexo; na Itália, como é o
caso de Nápoles, os cortejos costumavam levar um enorme falo (órgão sexual
masculino) pelas ruas da cidade.
O mundo
vibra de alegria com o fascinante Carnaval, um misto de realidade e fantasia,
período em que os foliões celebram o majestoso reinado de Momo à sua maneira
nas ruas e nos salões, com uma alegria espontânea e imprevista.
Sofrendo
transmutações ao longo do tempo, tornou-se mítico, conquistando o mundo inteiro
e acolhendo até o irreverente deus Momo, que havia sido expulso do Olimpo e
que, uma vez na Terra, incorporou-se de carne e osso na figura soberba do
Monarca da Folia, tornando-se o símbolo eminente do Carnaval brasileiro.
Século XVIII
- Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram
particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século
passado, no seu livro "Festas e Tradições Populares", descreve uma
Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro,
"Folk Lore Pernambucano", transcreve um documento relativo à coroação
do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da
Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas
cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das
igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco,
promovidas pelas irmandades de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS e de
SÃO BENEDITO.
Também o
galante Arlequim, palhaço das antigas comédias italianas; a graciosa Colombina
e o sentimental Pierrô passaram a figurar no Carnaval, aparecendo ainda na
simbologia carnavalesca o misterioso Dominó, contribuindo, assim, para
imortalizar a grandiosa festa pelo mundo afora. Pelo menos, os famosos
personagens, Pierrô, Colombina e Arlequim, foram eternizados através de canções
carnavalescas.
No século
XV, durante as festas do carnaval romano, o papa Paulo II gostava de apreciar
as carruagens alegóricas que passavam diante do seu palácio, e, no reinado de
Luiz XIV, o carnaval atingiu o seu esplendor na França. O magnífico soberano
promovia festas carnavalescas em sua corte, onde chegou a se apresentar
ostentando uma maravilhosa fantasia representando o Sol, ganhando então a
pomposa denominação de Rei-Sol.
Nos séculos
XV e XVI surgiram as máscaras públicas na Itália e já em fins do século XIX a
Europa se orgulhava de possuir os mais belos carnavais do mundo, festejados em
Roma, Veneza, Colômbia (SIC: certo seria a cidade alemã Colônia), Nápoles,
Florença, Moscou, Munique, Lisboa e em outras cidades do Velho Mundo. O
Carnaval tinha um caráter diferente entre os povos europeus, era uma miscelânea
e o delírio da folia envolvia a todos: nobres e plebeus.
Contagiando
pelo seu humor e ritmo, sonho, fantasia, realidade e irrealidade, o alegórico
reinado de Momo se fixou em vários países e, de acordo com a opinião dos
cronistas da época, era "leviano e licencioso", na França;
"quase triste", na Inglaterra; "monótono e feio", na Rússia;
"pesado e sensual", na Alemanha; "tumultuoso e alegre", na
Espanha e "insípido e porco", em Portugal, através do Entrudo.
Nos tempos
dos doges, o carnaval de Veneza era romântico e lírico, com serenatas e bailes
mascarados. A festa veneziana tornou-se mundialmente famosa pela exclusiva
comemoração nos canais, onde navegavam gôndolas iluminadas, além de contar com
alegres arlequins, polichinelos e outros personagens da Comédia d'ell arte, que
se concentravam na Praça de São Marcos.
Os primeiros
desfiles alegóricos de Viareggio, na Região Toscana, remontam ao ano de 1873,
transformando-se, com o correr do tempo, no maior centro carnavalesco da
Itália, atraindo uma multidão de turistas para ver os desfiles de bonecos
gigantescos. Em Portugal, a tradição carnavalesca foi mantida durante muito
tempo nos arredores de Lisboa, cenário de corsos, batalhas de flores e do Zé
Pereira, merecendo realce o carnaval do Estoril, com seus corsos floridos e
desfiles alegóricos.
Na Alemanha,
predomina o carnaval de Colônia, às margens do Reno, onde foi coroado o
primeiro rei da folia em 1832, cuja atração é um desfile de enormes carões e
mascarados. Em Munique também reina grande animação, onde, segundo a tradição
da Bavária, a rainha do carnaval recebe uma coroa de salsichas, além da
distribuição de muita cerveja para os seus súditos.
O carnaval
de Luanda, em Angola, já teve o seu esplendor através de cortejos lembrando as
cortes africanas, enquanto que o carnaval de Bâle, na Suíça, é muito divertido.
O de Binche, na Bélgica, vem do século XVI, tendo como atração um fantástico
cortejo de homens emplumados, iluminado por fogos de artifícios. Porém, o mais
famoso carnaval da Europa é o de Nice, com uma monumental parada de carros alegóricos
e gigantescas figuras movimentadas. A dinastia do seu Rei Carnaval vem de 1893,
sendo que, em 1984, a majestosa festa carnavalesca da Riviera Francesa
comemorou 100 anos. Até hoje é admirada e aplaudida pelas suas dimensões
artísticas.
Na Rússia, a
Maslenitsa dá adeus ao inverno, com corridas de esqui, patinação, danças com
acordeão, balalaika, blinky masleye (panquecas amanteigadas) e, é claro, muita
vodka.
No carnaval
de Colônia, na Alemanha, as mulheres armam-se com tesouras e saem pelas ruas para
cortar as gravatas dos homens.
Em Veneza, a
tradição consagrou os fogos de artifício e foliões mascarados, inspirados na
velha Commedia dell’Arte.
Na Bolívia,
os mineiros de Oruro veneram a mãe-terra, Pachamama, dançando fantasiados de
demônios.
Em New
Orleans, nos Estados Unidos, uma torrente humana invade as ruas do French
Quarter, na terça-feira do Mardi Gras, atrás de músicos que tocam toda a noite.
O Carnaval de Nova Orleans é animado por grupos tocando o puro jazz. E, além do
espetáculo visual dos carros alegóricos, conta com dois personagens reais, o
King Rex (espécie de rei momo) dos brancos e o Rei Zulu, simbolizando a
população negra através de personalidades como Luiz Armstrong (Satchmo), que
liderou o setor do personagem preferido de todos em 1949.
Em Trinidad
e Tobago, no mar do Caribe, o Carnaval é colorido e espetacular, conservando
acentuada influência africana e chinesa, ao som do calipso tocado por bandas
que desfilam pelas ruas, principalmente, em Port-of-Spain, com foliões ostentando
vistosas fantasias, lembrando guerreiros, sacerdotes e deuses africanos, bem
como mandarins e dragões da velha China.
O carnaval
surgiu no Brasil em 1723, com a migração vinda das ilhas portuguesas da
Madeira, Açores e Cabo Verde. Durante as festividades carnavalescas violentas,
chamadas de Entrudo (palavra de origem latina que significa
"entrada"), a diversão dos foliões era jogar água uns nos outros,
loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, sendo substituído
depois pelas batalhas de confetes e serpentinas.
O carnaval
em Portugal bebeu de muitos ritos pagãos ligados a celebrações da natureza,
sobretudo de recomeço da vida purificada na Primavera, com a morte das culturas
antigas e o germinar das novas. Por isso, enraizado no folclore português está
o enterro de uma personagem, de um animal ou de uma coisa comum (o mais
constante é o Enterro do Bacalhau), para depois se celebrar a vida, com danças,
cortejos, muita cor, luz e música. Assim se vislumbram os motivos da morte que
se projetam da festa da vida que é o Carnaval. Em muito locais, associado ao
Enterro do Bacalhau, surge um Julgamento, que funciona como sátira à imposição
eclesiástica de abstinência e jejum durante a Quaresma.
O Carnaval
brasileiro é considerado o "maior do mundo", uma festa de muitas
cores (como eram as Saturnálias -
http://www.phantimage.net/gallery/osirius/pages/03BlowUp.htm), ritmo e
sensualidade decantada em prosa e verso, principalmente no Rio de Janeiro,
desde os tempos da Monarquia, embora a figura soberana do Rei Momo tenha
surgido em pleno período republicano, quando foi aclamado pelos foliões
cariocas com a mesma saudação das bacantes: - Evoé! Evoé!
Momo era o
deus da galhofa e do delírio, da irreverência e do achincalhe, tendo sido
expulso do Olimpo por seu comportamento zombeteiro.
Como o
Carnaval português sempre foi muito diferente do de outros países europeus,
acabou refletindo no jeito brasileiro de festejar até o século 19. Em Portugal,
os festejos eram violentos, bárbaros. A festa do Momo ou entrudo, como era
chamado, consistia em molhar as pessoas com água, jogar-lhes ovos, comida,
farinha e lama.
Era
semelhante ao que ocorria em Portugal - descritas pela Enciclopédia
Portuguesa-Brasileira: "Pelas ruas generalizava-se uma verdadeira luta em
que as armas eram os ovos de gema, ou suas cascas contendo farinha ou gesso,
cartuchos de pós de goma, cabaças de cera com água de cheiro, tremoços, tubos
de vidro ou de cartão para soprar com violência, milho e feijão que se
despejavam aos alqueires sobre as cabeças dos transeuntes. Havia ainda as luvas
com areia destinadas a cair de chofre sobre os chapéus altos ou de coco dos
passantes pouco previdentes e até se jogava entrudo com laranjas, tangerinas e
mesmo com pastéis de nata ou outros bolos. Em vários bairros atiravam-se à rua,
ou de janela para janela, púcaros e tachos de barro e alguidares já em desuso,
como depois se fez também no último dia do ano, no intuito de acabar com tudo
de velho que haja em casa. Também se usaram nos velhos entrudos portugueses a
vassourada e as bordoadas com colheres de pau etc."
Depois,
apareceram as laranjinhas-de-cheiro e borrachas com água perfumada. Já no
século XVIII, os foliões atiravam de tudo: ovos podres, pós de todos os tipos,
tomates estragados, etc.
Isso só
mudou quando D. João V impôs à festa um caráter religioso. Assim, em 1785, é
realizado em Lisboa o primeiro baile de máscaras à moda francesa, para festejar
o casamento do filho do rei, mais tarde D. João VI e Carlota Joaquina. No resto
da Europa, o entrudo era ‘artístico’, com a presença de dançarinos e arlequins.
O entrudo
era uma brincadeira violenta, que consistia em atirar baldes d'água, balões
cheios de vinagre ou groselha, e pós como cal e farinha, com a intenção de
molhar ou sujar as pessoas que passavam pelos foliões. A brincadeira foi
proibida inúmeras vezes, mas ela só desapareceu no início do século 20, com a
popularização do confete.
O entrudo
incentivou a criação de uma festa em local fechado, para um público
selecionado, que queria se divertir civilizadamente. Assim, surgiram em 1840 os
bailes de carnaval, inspirados nos grandes bailes de máscaras realizados na
Europa. O sucesso incentivou outras casas de espetáculos a promover seus
próprios bailes. Hoje, essas festas não são tão elitistas, e as máscaras
praticamente deixaram de ser usadas, pois os foliões não têm mais medo de ser
reconhecidos na festa.
O Brasil já
comemorou o Carnaval de diversas formas: entrudo, até meados século 19, baile
de máscaras (e depois os concursos de fantasia) e corso (desfile de carruagens
e automóveis em que saiam as famílias ricas).
No início, o
entrudo, como em Portugal, era a festa dos povoados brasileiros, enquanto nos
bairros ruas havia a festa de Reis em janeiro e as de Santo Antônio, São João e
São Pedro, em junho. O entrudo, no Brasil, se dava entre famílias amigas, da
mesma classe social, que produziam limões e laranjas de cera recheadas de água
perfumada para os ‘ataques’ carnavalescos.
Só por volta
de 1850 ocorreu a passagem do entrudo para o Carnaval. A festa foi batizada de
‘Carnaval Veneziano’, ‘Grande Carnaval’ e, finalmente, ‘Carnaval’. O primeiro
baile de máscaras brasileiro foi realizado e 1840, mas o Carnaval só foi para a
rua em 1850. Eram os bailes acompanhados por préstitos (desfiles de carros
alegóricos animador por atrizes e mulheres ‘mundanas’) e cursos (destinados a
senhoras de ‘boa índole’).
Aos poucos,
o entrudo português foi sendo adaptado, ao assimilar as tradições africanas. A
tradição dos desfiles tem origem nas reuniões de escravos, que organizavam
cortejos com bandeiras e improvisavam cantigas ao ritmo de marcha. Aos escravos
devem-se os ritmos e instrumentos de percussão usados no Carnaval brasileiro.
No século XIX, os operários urbanos começaram a juntar-se em grêmios (associações
profissionais), que continuaram e desenvolveram a tradição dos desfiles. Ao
mesmo tempo em que se desenvolviam as futuras escolas de samba,
institucionalizadas no Rio em 1935, as classes altas importavam da Europa os
sofisticados Bailes de Máscaras e as Alegorias. Em 1870 foi criado o Maxixe, um
tipo de música específico para o Carnaval.
No Brasil o
carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira
anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de
Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da
Quaresma, mudando de nome para Micareta (carnavais fora de época). Esta festa
deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características
baiana, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no
decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em
João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval
Fest; em Caruaru, o Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.
Assim, no
mês de dezembro, o “mês das festas”, como também é conhecido, há uma série de
festas folclóricas, as Lapinhas, Reisados, Guerreiros, Autos, Pastoris,
Bumba-meu-boi, Marujada, Carimbo, Afoxé, Boi de Carnaval, Frevo, Caboclinho, Maracatu, Urso e Rei Momo.
O Corso -
Percorria o seguinte intinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela
Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador,
Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso era
composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros.
A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com
água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem
ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre
musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em
lindos carros alegóricos.
As
comemorações de Carnaval são anteriores ao surgimento do samba. Nos primórdios,
o carnaval era dançando a moda européia, com músicas como a polca. Os
participantes desfilavam ao som de óperas como Aída. No início do século, os
desfiles se davam ao som de marchas-rancho. Nos bailes, podia-se ouvir valsas,
marchas militares e xotes.
A origem do
samba está nas danças e ritmos praticados pelos escravos africanos. Afirma-se
que a palavra vem de semba, que significa umbigada em dialeto africano.
O samba
surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba
é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos e timbau) e
acompanhados por violão e cavaquinho. As raízes do samba foram fincadas em solo
brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em
nosso país.
A festa
começa na sexta-feira, quando o Rei Momo recebe, em praça pública, as chaves
simbólicas da cidade, depois de desfilar, em carro aberto, com a rainha e
princesas, pelas ruas centrais da cidade. A ordem de "alegria geral"
do Rei é cumprida literalmente.
Esse ato é
tradição da Roma pagã, onde a inversão de papéis sociais marcava o carnaval
desde o Império Romano. Dionísio, deus do vinho, por exemplo, era festejado por
gregos e romanos. Conhecido como Baco entre os romanos, ele servia de
inspiração à farra desmesurada e ao erotismo do período momesco. Aliás, você já
se perguntou por que o carnaval ganhou esse nome gozado? Gozado mesmo. Momo era
o símbolo da irreverência e do delírio.
Na Roma
Antiga, todos os anos, havia enormes festejos em honra ao deus do tempo,
Saturno. Eram as saturnais, que envolviam pessoas de todas as classes, da
nobreza aos escravos. Nessa ocasião, um soldado era coroado Rei Momo. Por dias
a fio, ofereciam-lhe banquetes, bebidas, diversões a toda prova. Mas a alegria
durava pouco... Ao final da festa, ele era brutalmente sacrificado. Era a
"quarta-feira de cinzas" do Império Romano, a ruptura que marcava o
retorno à rotina e aos papéis sociais de origem.
Confira o
Samba enredo da Escola de Samba: Camisa Verde e Branco (de São Paulo) para o
Carnaval 2006 - "Das vinhas aos vinhos - Do profano ao sagrado, uma viagem
ao mundo do prazer com o néctar dos deuses"
(http://noticias.uol.com.br/carnaval/2006/sp/esc_camisaverdeebranco.jhtm):
Revivendo a
história...
Das vinhas
ao vinho, viagem ao prazer
Na Grécia a
um cortejo apresentou
Mostrou
magia, por onde passou
Deus
Dionísio propagou, a vinicultura
Turcos,
fenícios e as civilizações
Do fruto
extraíram a bebida
Presente nas
festas dos reis
Profano em
sua monarquia
E a religião
o consagrou
Da água para
o vinho, a transmutação
Grande
aliança entre os irmãos
Caminho de
paz e da união
Tomai, eis o
meu sangue sagrado
Bebei, pra
remissão dos pecados
A benção do
eterno salvador
A esperança
de viver com mais amor
Néctar dos Deuses, seu sabor, vou desvendar...
Da Europa ao
Brasil
Na
trajetória das mudanças ao plantio
Volto as
Quintas no horizonte
Sigo os
passos do imigrante
Pioneiro lá
do Sul
Pra
comemorar...
Seja do
“Porto”, espumante ou rosê
A Barra
funda ergue a taça...
E brinda ao
Ano Novo com você!
Sou Verde e
Branco... Eu sou
Semente da
Raiz
Celeiro do
samba... Berço de bamba
Meu cantar é
mais feliz...”
Vejamos ainda a poesia de Ligia Tomarchio:
"Carnaval
de idéias
místicas
tradições culturais remotas
carrosséis
turbinados tecnológicos
nada lembra
o passado.
História
perdida no baú do esquecimento
passistas,
porta-bandeiras, baianas,
baterias,
alas de frente,
desfilam a
falta da tradição perdida.
Sem mérito,
moral, todos pagãos
reinventam a
grande festa afro-brasileira
visitada por
vários mundos distantes
fascinados
pela sensualidade tropical.
Exibem aos
forasteiros alucinados
estridentes
sons e gestos sensuais
fantasias de
anjos, deuses, animais
versejam
cantos exóticos
perseveram
no seu intento de entreter.
Um povo
carente de educação e cultura
onde a fome,
o tráfico e a impunidade imperam
financiados
pelos donos do Brasil
expõem seus
destaques seminus.
Sobre
alegorias flutuantes milionárias
frenéticos
corpos sedentos de sexo
dançam,
rebolam, estrebucham
com a
ausência de justiça social e igualdade de direitos.
Revolta
minha envolta de espanto
vendo tanta
dor e miséria periférica
vejo apenas
mascarados qual bandidos
ladrões da
dignidade e da poesia.
Com trabalho
o ano inteiro
muitos
sobrevivem da festividade pagã.
Pessoas
religiosas, famílias unidas
na costura
desses fardos da sociedade decadente.
Reflexos
podem ser vistos
nos
periódicos jornalísticos
do
exibicionismo pernicioso
das rainhas
e reis do Carnaval.
Súditos encharcados e bêbados
acometidos
de loucura oportunista
digladiam-se
por uma chance
de ao menos
por alguns instantes
participarem
de blocos fantasiados de alegria.
Sentem-se
assim, menos miseráveis
e até
cidadãos da pátria mãe gentil
entregue aos
estrangeiros da guerra.
Pactuar com
essa Babel
retroceder
às medievais barbáries
não fará de
mim alguém mais feliz...
Apenas uma
brasileira envergonhada
pelas
injustiças da pirâmide social
onde todos
desmoronam
a cada
quarta-feira de cinzas..."
http://www.meucantinhodearte.com.br/ligia_tomarchio_carnaval.htm
Recapitulando,
vemos à seguir um quadro cronológico:
4.000 a.C.
Festas
agrárias realizadas no antigo Egito em devoção a Osíris
2.000 a.C.
Surgimento
do Deus Campestre Dioniso, na Trácia.
605 a 527
a.C.
Oficialização
do culto a Dioniso na Grécia, durante o reinado de Pisistrato em Atenas, com
bacanais e vinho.
século V
a.C.
Referências
de cultos semelhantes ao de Dioniso entre os Hebreus, a Festa das Sáceas; entre
os Babilónios, a festa da Deusa Herta
443 a 429
a.C.
Reinado de
Péricles. A cidade de Atenas se projeta como um grande centro de arte. Início
da repressão ao culto a Dioniso na Grécia. Referências de cultos semelhantes ao
de Dioniso no Egito, a festa da Deusa Ísis e do Touro Apís; entre os Hebreus, a
Festa das Sáceas; entre os Babilônios, a festa da Deusa Herta.
186 a.C.
O Senado
Romano reprime os bacanais, festas em homenagem a Baco, o Dionísio dos Romanos,
pois geram desordens e escândalos.
325 d.C.
O Concílio
de Niceia institui forma de cálculo da data da Páscoa, determinando que a
Quaresma se inicia 40 dias antes. A marcação das datas do carnaval obedecem as
regras que determinam a Páscoa dos católicos, por isso, são também móveis
variando de 05 de fevereiro ao 03 de março (a Páscoa dos católicos não pode ter
data fixa, para não coincidir com a Páscoa dos judeus que é fixa, a 15 de
Nissam).
A Igreja
Católica, ao constatar a ineficiência das proibições dos festejos, ditos
pagãos, arraigados no inconsciente coletivo dos povos, tratou de adaptar ao
calendário Eclesiástico as festas consideradas profanas, mas não totalmente
desligadas da religião. Esse foi um dos assuntos exaustivamente debatidos no I
Concílio de Nicéia, em 325 d.C.. Foram então, permitidas comemorações libertas
de orgias e permissividades, na hipotética data do nascimento de Cristo, dia 25
de dezembro, época aproximada das festa greco-romanas. Permitiam-se celebrações
que passando pela entrada do Ano Novo terminava na Epifania, dia 06 de Janeiro
(Dia de Reis). A intenção da igreja era “cristianizar” as festas pagãs
realizadas em dezembro (solistício do inverno, entre elas, a festa mitraica que
celebrava o Natalis Invictis Solis da religião Persa, que rivalizava com o
cristianismo nos primeiros séculos da Era Cristã, bem como as Saturnálias de Roma
e os cultos solares entre os Celtas e os Germânicos).
590
O Papa
Gregório I, cria a expressão “dominica ad carne levandas”, sucessivamente
abreviada até a palavra Carnaval.
Idade Média
Os franceses
comemoravam o Carnaval com sexo e vinho. Em Itália fazem-se cortejos e as
pessoas divertem-se com batalhas de água, ovos, etc. A Europa divide-se em
países que encaram o Carnaval como celebração religiosa e países em que o
Carnaval é a festa da gula, do vinho, da música e do sexo
1420
Ocorreu o
primeiro carnaval veneziano para comemorar a vitória de Veneza sobre Aquiléia:
a realização de um desfile satirizando os derrotados.
1464
O Papa Paulo
II incentiva o Carnaval de Veneza na sua vertente religiosa, mas o Carnaval
continua a ser visto como um período de permissividade associado ao uso das
máscaras transformadoras, alegorias e fantasias.
1500
Em 1500, a
maioria dos párocos eram homens com nível social e cultural semelhantes aos de
seus paroquianos. Os reformadores não estavam satisfeitos com a situação e
exigiram um Clero culto. Em áreas protestantes os Cléricos tendiam a ser
indivíduos com grau universitário e nas áreas católicas, depois do Concílio de
Trento, os padres começaram a ser formados nos Seminários.
1545
No Concílio
de Trento, o Carnaval é reconhecido como uma manifestação popular de rua
importante, não devendo ser hostilizado pelo Clero. Hélio Damante em
“Secularização do Carnaval”, cultura nº 172, 1980, página 6 e 7, a respeito do assunto diz: “ainda após
Trento a igreja considerava o carnaval pecaminoso somente em círculos
restritos, como a Corte francesa de
antes da revolução, onde os bailes de máscaras se transformavam em bacanais,
exatamente como na antiga Roma decadente. Não entre o comum do povo entregue a
ingênuos folguedos, bailados, banhos de cheiros, revelando o vigoroso e sadio
espirito de festa, aculminar nos cortejos (desfiles) expressando não só o
pitoresco, mas freqüentemente a crítica aos costumes e aos poderosos”.
1549
Ocorreu a
primeira procissão brasileira de Corpus Christi quando o primeiro
governador-geral, Tomé de Souza, fundou a cidade de Salvador (BA).
1582
O Papa
Gregório XIII transforma o Calendário Juliano em Gregoriano e estabelece as
datas do Carnaval.
1711
Início das
festas de coroação dos Rei e Rainha do Congo.
1723
Portugueses
introduzem celebrações do Entrudo no Brasil proveniente das ilhas portuguesas
da Madeira, Açores e Cabo Verde.
1785
É realizado
em Lisboa o primeiro baile de máscaras à moda francesa, para festejar o
casamento do filho do rei, mais tarde D. João VI e Carlota Joaquina.
1800
Data deste
ano o início da procissão dos ossos, um dos mais antigos cortejos religiosos. A
procissão dos ossos deixou de se realizar após 1850, quando o Imperador daí em
diante passou a indultar os condes condenados à última pena.
1832
Na Alemanha,
às margens do Reno, foi coroado o primeiro rei da folia.
1840
Os primeiros
bailes de Carnaval surgiram por volta de 1840 e eram animados por canções
portuguesas, sobretudo as quadrilhas e as chamadas chanças lusitanas.
Seguiram-se a polca e os ritmos do carnaval italiano.
No Brasil,
surgiram os bailes de carnaval, no Hotel Itália, no Rio, ao som de valsas, quadrilhas
e habaneras, inspirados nos grandes bailes de máscaras realizados na Europa.
1848
No Brasil, o
sapateiro português José Nogueira de Azevedo Prates, o Zé Pereira, saiu por aí
tocando bumbo. Deu origem aos primeiros blocos de rua.
1850
No Brasil, o
Carnaval foi para as ruas.
1855
No Brasil,
surgiram os primeiros grandes clubes carnavalescos.
1857
Em Nova
Orleans aconteceu o primeiro carnaval norte-americano, o Mardi Grass. O Mardi
Grass que significa terça gorda, se iniciou quando negociantes fundaram o clube
“The Mystick Krewe of Comus” e fizeram um desfile com monumentais carros
alegóricos, tendo à frente negros com archotes (na terça-feira de carnaval).
Durante o
Mardi Grass, mais de 50 agremiações desfilam pelas ruas da cidade, os bares
ficam o tempo todo abertos, e são tomados por multidões com os mais exóticos
trajes, que bebem e saem as ruas fazendo a maior algazarra nas passagens das
agremiações. O ponto de encontro do carnaval negro é a Av. Clair Borne, onde se
espalham as mais exóticas tribos, com elaboradas e esquisitas fantasia. O
monarca da festa é o Rei ZULÚ. Há uma mistura de ritmos de origem negra.
1866
No Brasil,
os cordões começaram com as sociedades carnavalescas.
1870
No Brasil,
foi criado o Maxixe, um tipo de música tipicamente brasileira e específica para
o Carnaval.
1873
Ocorrem os
primeiros desfiles alegóricos de Viareggio, na Região Toscana,
transformando-se, com o correr do tempo, no maior centro carnavalesco da
Itália, atraindo uma multidão de turistas para ver os desfiles de bonecos
gigantescos.
1882
Surge em
Nice, O corso que é formado por um grande cortejo, onde se destacam o Rei Momo
e seu grupo de cortesões acompanhando de um séquito de 5 mil crianças, 20
carros alegóricos e 800 máscaras gigantescas representando personagens
conhecidos da cidade. No último dia de carnaval acontece o cortejo de
incinerações. As máscaras e bonecos são queimados na praia e há um espetáculo
de fogos de artifício, marcando o fim das festividades. Na avenida Atlântica de
Nice, na Promenade de Anglais, são organizadas as famosas batalhas das
flores, compostas pelo cortejo de
inúmeros carros alegóricos, cheios de bonitas garotas, entre elas a rainha do
carnaval, que passam jogando milhares de buquês de flores para o público. Cerca
de 10 toneladas de flores são distribuídas pela prefeitura. O carnaval de Nice
tem um calendário dilatado, de 15 de fevereiro a 4 de março.
1884
A Sra. da
Conceição Aparecida passou a usar, oficialmente, a coroa ofertada em 1884 pela
Princesa Isabel, bem como o manto azul-marinho.
1885
Nasce o
primeiro afoxé. Era o Embaixada Africana, que desfilou com roupas e adornos
importados na África. Os afoxés são sociedades carnavalescas fundadas por
negros, na Bahia, inspiradas nas tradições africanas.
Os grupos de
afoxé são manifestações artísticas de grande valor na cultura baiana, ligadas
diretamente aos cultos afro-brasileiros, especialmente aos antigos atos de
devoção às divindades do candomblé.
Apesar das
mudanças socioculturais, os grupos de afoxé mantêm vários traços
característicos da cultura africana: entoam cantos em dialetos africanos, usam
instrumentos de percussão como atabaques e agogôs, além das cores e símbolos
ligados às tradições dos cultos africanos. Um dos afoxés mais conhecidos, citado
pelos compositores baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil em algumas de suas
canções, é o Filhos de Gandhi.
1889
Os primeiros
blocos foram licenciados pela polícia no Rio. Os integrantes fantasiados
percorriam as ruas ao som de instrumentos de percussão.
Surge a
Sociedade Carnavalesca Triunfo das Concubinas, o primeiro cordão organizado da
Cidade.
A
compositora Chiquinha Gonzaga compõe O ABRE-ALAS, considerada primeira música
de Carnaval.
1895
Na Bahia
nascia o primeiro afoxé: estava inventada a batucada.
1904
Oficializado
o nome Tenentes do Diabo para os Zuavos.
1906
O
lança-perfume, com perfume e cloreto de etila, começou a ser trazido da França.
1907
Surgiu o
Corso, um desfile de automóveis que se constituiu em uma das principais
atrações do carnaval carioca durante as primeiras décadas do século XX.
1908
Os filmes
eram mudos. A sonorização era feita na hora por cantores e músicos atrás das
telas. Os filmes eram exibidos imediatamente após o carnaval, na quarta feira
de cinzas.
Cinemas
Documentais: O corso em Botafogo, o Corpo de Carruagens, o Corso de 19 de
Fevereiro, o Préstito do Clube Democráticos, os Capadócios da Cidade Nova -
filmes mudos.
1909
Filmes
mudos: ficção Carnavalesca de Antônio Serra e Pega na Chaleira.
1910
Filme mudo:
O Rio Por um Óculos.
1911
Filme mudo:
O Cordão.
1919
Filmes
mudos: Pierrôs e colombinas e Amor e Boêmia.
Com o fim da
guerra, os filmes americanos entram no mercado nacional.
1925
Realiza-se o
primeiro concurso de sambas e marchinhas no Teatro São Pedro.
1928
Foi fundada
a primeira Escola de Samba no Brasil, no
bairro do Estácio, pelo sambista Ismael Silva, era a Deixa Falar.
As escolas
de samba estrearam no Rio de Janeiro e, com o tempo, adquiriram estrutura e
orientação empresariais, reunindo até 15.000 integrantes. Hoje, elas
comercializam apresentações, direitos autorais e de imagem, sob o patrocínio do
Estado e de banqueiros do jogo do bicho.1929
A Sra. da
Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua padroeira oficial,
por determinação do Papa Pio XI.
1932
Ocorreu o
primeiro desfile, ainda extra-oficial, da Deixa Falar.
O termo
“escola de samba” surgiu no século XIX, mas foi definitivamente adotado nos
anos 30, desde que o bloco Deixa Falar (a primeira de todas) passou a fazer
ensaios à porta da antiga Escola Normal.
Da procissão
brasileira de Corpus Christi surgiu a ala das baianas escravas enfeitadas,
obrigatória nas escolas de samba.
1933
O Rei Momo
foi instituído pelo jornal carioca “A Noite” como símbolo do Carnaval. O
primeiro Rei Momo foi o compositor Silvio Caldas.
Primeiro
filme nacional falado - O Carnaval de 1933.
Outro filme
- A voz do Carnaval, produção da Cinédia, direção de Ademar Gonzaga e Humberto
Mauro, argumento Joraci Camargo.
Carmem
Miranda aparece pela primeira vez na tela.
1935
Os desfiles
das escolas de samba foram legalizados pela Prefeitura do Distrito Federal.
Ocorreu o
primeiro desfile oficial da Deixa Falar na Praça Onze de Junho, ponto
tradicional de concentração de blocos e cordões.
Alô, Alô
Brasil, primeiro filme pré-carnavalesco - Cinédia.
1937
Houve o
primeiro desfile, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro igualitária dos
carnavais.
1946
Filme:
Caídos do Céu - Cinédia.
1949
Primeira
transmissão do Carnaval pela Rádio Continental com Paulo Palut, Afonso Soares,
Cid Ribeiro e Jorge Sampaio.
1950
O primeiro
trio elétrico saiu às ruas. Era um calhambeque Ford T1929, equipado por dois
alto-falantes. O dono do carro, Osmar Macedo, e seu amigo, Adolfo do
Nascimento, tocavam frevos de Pernambuco com guitarra, baixo e bateria.
Circulando
pelas ruas, juntavam pessoas que seguiam o percurso cantando e dançando. No ano
seguinte, o velho carro foi substituído por uma caminhonete e denominado Trio
Elétrico Dodô e Osmar, que passou a ter como patrocinador a fábrica de
refrigerantes Fratelli Vita. O patrocínio possibilitou-lhes a compra de um
caminhão. O equipamento de som aumentou, assim como o número de músicos.
1954
A prefeitura
do Rio de Janeiro convidou astros e estrelas de Hollywood para a festa e com
isso atraiu para o desfile milhares de turistas. A partir de então, a TV,
interessada na transmissão dos desfiles, teve um papel fundamental na
modificação das relações entre a sociedade e o samba.
1960
O
lança-perfume foi proibido porque a substância era aspirada como uma droga.
1963
Foram
construídas as primeiras arquibancadas, cujos lugares foram vendidos ao
público, na Av. Presidente Vargas.
1965
Como nas
bandas, não existia uniforme ou regulamento, cada um ia como podia ou queria,
assim, em Ipanema, no Rio de Janeiro surgiu a primeira banda organizada.
1966
Filme: Rio
40 graus.
1981
Torna-se
obrigatória a presença de uma ala de crianças nos desfiles das Escolas de
Samba.
1984
Construção
do Sambódromo - Passarela do Samba.
A primeira
Escola a desfilar na Passarela do Samba foi a Império do Marangá. Leandro
Miguel da Silva, de 6 anos foi o primeiro sambista a pisar o asfalto do
Sambódromo, em 02/03.
A
Conferência Nacional dos Bispos [Católicos] do Brasil (CNBB) declarou
oficialmente a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional, o maior Santuário
Mariano do mundo.
1994
Inauguração
do Terreirão do Samba na Praça Onze - Rio de Janeiro - RJ, em 20/01.
Achado o
corpo de Mestrinho, assassinado dias atrás. Mestrinho foi parceiro de Didi, em
18/04.
Assinado o
tombamento da Passarela do Samba, em 09/06.
Maiores
detalhes:
http://www.vivercidades.org.br/publique/cgi/public/cgilua.exe/web/templates/htm/_template02/view.htm?editionsectionid=14&user=reader&infoid=678
O
significado da palavra Carnaval em sua raiz é "festa da carne", ou
melhor, carne para Baal (o falso deus do Antigo Testamento). Carne vem do latim
caro, carnis, tradução dos termos gregos sarkikos e sarkinos. Usualmente este
vocábulo alude ao corpo de carne, mas também usado metaforicamente para indicar
os apetites do corpo, ou então, aquilo que é mundano, fazendo contradição ao
que é espiritual.
No livro de
Romanos 7:14 indica-se a posse da natureza da carne e isso governado por
considerações e valores humanos e não pelo Espírito de Deus.
O que é
carnal também pode ser uma alusão ao que é inerentemente fraco (II Cor. 10:4),
ao que é temporal (Heb. 7:16), ao que é débil e pecaminoso (II Cor. 1:42).
Também pode ser uma distinta disposição anti-espiritual (Rom. 7:14) ou então
aquela disposição anti-espiritual que aliena os homens de Deus (Rom. 8:5-8). O
poder do que é carnal pode ser tão grande que chega a dominar a mente,
tornando-a inimiga de Deus (Rom. 8:7).
Romanos 7:5
– “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei,
operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.”
Romanos
8:5-8,12-14 – “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da
carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a
inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à
lei de Deus, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podem
agradar a Deus. (...) Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para
vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer;
mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Pois todos os
que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.”
Romanos
6:11-12 - "Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas
vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em
vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;"
I
Tessalonicenses 4:5 – “Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que
não conhecem a Deus.”
I Pedro 2:11
– “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das
concupiscências carnais que combatem contra a alma;”
I João
2:15-17 - “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o
amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de
Deus permanece para sempre.”
É
tremendamente impactante a influência na vida e nas atitudes daqueles que desta
"festa da carne" participam. Ainda que de forma consciente ou
inconsciente, vemos explicitamente a pratica e a vivência das "obras da
carne" conforme o apóstolo Paulo, há vários séculos atrás, no poder do
Espírito Santo já denunciava estas obras, na carta endereçada aos Gálatas (Gal.
5:16-26).
Gálatas
5:13,17,19-22,24 – “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis
então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo
amor. (...)Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a
carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis (...)
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição,
impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações,
iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como
já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança. (...) E os que são de Cristo crucificaram a
carne com as suas paixões e concupiscências.”
Gálatas 6:8
– “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que
semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.”
A carne
milita contra o Espírito, as obras da carne são conhecidas: prostituição,
impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias (disputas),
ciúmes, iras, discórdias, facções, invejas, bebedices, glutonarias... é
inegável a presença de manifestações como essas no "carnaval". Não
podemos deixar de destacar o respaldo que tais atitudes recebem no mundo
espiritual, pois é sabido que entidades (demônios) são alimentadas durante o
ano todo com oferendas: flores, bebidas, comidas, sangue, ritos, danças, etc...
pelos "Pais de Santo", "Babalaorixás" ou Cambonos", ou
seja, como se chamem os que tais ritos praticam para que essas entidades lhes
concedam os pedidos feitos. Mas é somente no Carnaval que não se alimentam os
demônios para que tais criaturas fiquem livres do local de oferenda para saírem
e se alimentarem dos apetites carnais insaciáveis dos seres humanos e toda
sorte de violência induzidas por esses demônios durante este período do ano.
Período este, no qual é comprovado o aumento gritante das práticas de
adultério, traição, fornicação, gula, cobiça, embriaguez, luxúria, vaidade,
etc e nos índices de crimes, acidentes,
mortes, overdoses, estupros, violência, gravidezes indesejadas e precoces, etc
...
Lucas 21:34
- "E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de
glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de
improviso aquele dia."
Romanos
13:13-14 - "Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em
bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e
inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne
em suas concupiscências."
I Pedro
4:2-4 - “Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as
concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque é bastante
que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em
dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis
idolatrias; E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de
dissolução, blasfemando de vós.”
II Timóteo
2:22 - "Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o
amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor."
Judas 1:7 –
“Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por
exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno."
Como pudemos
observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses
falsos. Trata-se, por, isso de uma manifestação popular eivada de obras da
carne, condenadas claramente pela Bíblia. Seja no Egito, nas celebrações à
deusa Isis e o touro Ápis; seja nas celebrações à deusa Herta, dos teutônicos;
seja na Grécia ou na antiga Roma, onde se cultua, respectivamente, os deuses
Osíris, Baco ou Saturno (rituais dionisíacos gregos e os licenciosos Bacanais,
Saturnais e Lupercais; as suntuosas orgias romanas), ou hoje em São Paulo,
Recife, Porto Alegre ou no Rio de Janeiro, sempre notaremos a louca, desinibida
e desenfreada celebração com as características bebedeiras desenfreadas, danças
sensuais, músicas lascivas, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com
as autoridades civis e religiosas.
Então qual
deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um
retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas? Devemos por outro
lado, ficar aqui e aproveitarmos a oportunidade para a evangelização? Ou isso
não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes
cegou o entendimento? Cremos que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro
lado, a personalidade da Igreja de Cristo Jesus nasce de princípios
estreitamente ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que,
dentre muitos atributos, é Santo.
Aquilo que
não é bom, que é errado, pecado, imoral, torpe, etc nos outros momentos da
vida, nos outros dias do ano, não pode tornar-se positivo, permitido, legal,
válido, certo ... em determinados dias (porque é carnaval). Deve-se
indubitavelmente procurar a alegria, as manifestações passíveis de felicidade,
mas é importante questionar-se sobre o que realmente é capaz de gerar essa
felicidade e se determinadas alegrias não são aparentes e unicamente geradoras
de sofrimentos futuros para nós mesmos e/ou para o nosso próximo. Também aqui é
válida a clássica Regra Áurea do Cristianismo: "Fazer aos outros somente o
que faríamos para nós mesmos". Até porque, quando o sofrimento recai sobre
o outro por nossa culpa, ainda que, momentaneamente, nossa consciência se
encontre anestesiada, faz-se sobre nós a inexorável reação da Lei Divina. É
apenas questão de tempo.
As religiões
que seguem a revelação bíblica - judaísmo e cristianismo - criaram a distinção
entre sagrado e profano, ao introduzir a idéia do pecado e o conceito da
santidade de Deus. O profano e o sagrado não têm espaço na religião destituída
da idéia do pecado. As religiões antigas e as espiritualistas de hoje não têm
para essas categorias um conceito claro, exatamente porque não estabelecem a
realidade do pecado e da redenção.
Biblicamente
há uma grande expressão para o Carnaval na vontade do povo em crucificar Cristo
Jesus. A partir do momento em que Pilatos decidiu lavar as mãos, que pela
vontade do povo permitiu trocar a morte de Barrabás pela morte de Jesus, uma
grande folia se instalou pelas ruas de Roma. Espiritualmente o Carnaval
significa apoio às forças de Satanás. O desfile das escolas de samba na Marquês
de Sapucaí - Rio de Janeiro, por exemplo, é do jeitinho como o diabo gosta!!!
Pouco antes
do carnaval é feita uma eleição e é escolhido um homem, que é coroado rei, para
reinar e comandar os dias da festa, que é chamado rei Momo. É a mesma festa que
acontecia no passado, com algumas mudanças estratégicas feitas por Satanás. Já
que nos dias de hoje não seria aceitável o sacrifício do representante de Momo,
Satanás troca essa vida (o sacrifício do rei Momo) pela vida de todos os que
são brutalmente assassinados no período do carnaval.
Mas após ser
coroado, essa representação da entidade maligna, Momo, Baco, Dionísio, Saturno,
deus sol (Ninrode, Tamus), recebe das mãos do prefeito da Cidade ou da
autoridade máxima daquela Cidade, Estado ou País, as chaves "da
cidade". Este ato de entrega das chaves, no mundo espiritual tem uma
repercussão devastadora, pois chave na Bíblia significa poder, autoridade,
domínio, ligar, desligar e abrir e fechar (Isaias 22:22, Apocalipse 1:18, 3:7,
9:1 e 20:1 e Mateus 16:19). É transferida/dada toda a autoridade do lugar a
esse ente espiritual, num ato do povo formalizando o pedido para que ela reine,
governe, mande ... sobre eles. Estão recusando a coroação e o reinado de Jesus
Cristo em troca do reinado desse demônio.
Ao receber
as chaves espirituais da cidade os demônios que comandam o carnaval, ligam
espiritualmente os foliões ao inferno.
Juízes 9:8 –
“Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina
tu sobre nós.”
Romanos 6:12
– “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em
suas concupiscências;”
Isaías 28:1
– “AI da coroa de soberba dos bêbados de Efraim, cujo glorioso ornamento é como
a flor que cai, que está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho.”
Há quem
justifique como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do
carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que não
deixa de ser uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será
que deveríamos freqüentar boates gays, sessões espíritas, casas de massagem,
festas de bebedeiras e orgias, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e
investir contra ela? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo?
Desculpem-me,
mas o título "Carnaval de Jesus" - utilizado como propaganda de
retiros e encontros católicos por ocasião dos feriados pela folia carnavalesca
- é absolutamente inaceitável. O Carnaval é, no conceito e experiência de
domínio público, uma festa pagã em que prevalecem os desmandos morais, sexo
sujo, drogas, bebedeira, perversões de toda a espécie.
É, ao menos
uma incoerência, para não dizer uma clamorosa blasfêmia, querer
"canonizar" o termo conhecidamente devasso, anexando-lhe o Santíssimo
nome de Jesus, Nosso Senhor - Nome a cuja pronúncia devem dobrar-se os joelhos,
no céu, na terra e até nos infernos, como ensina São Paulo na Carta aos
Filipenses, 2:10.
Ao tratarmos
com práticas pagãs, é preciso agir com a maior prudência, mesmo que o propósito
seja o de evangelizar e, especialmente, de trabalhar pela conversão dos
pecadores.
Absurdo como
o dessa união de termos - "Carnaval de Jesus" pode dar ensejo a que,
com idéia tão infeliz como essa, se pense em criar um retiro com o título
"Boca de Fumo de Jesus" para promover a conversão de viciados em
drogas!!!
Por amor de
Jesus, peçam ao Divino Espírito Santo que preserve vocês de
"casamentos" descabidos com esses, tentando reunir palavras
inteiramente incompatíveis, porque, como ensinam os bons gramáticos - toda
palavra tem forma e conteúdo, significado! E o significado é o mais importante
em uma palavra, especialmente nas que são usadas para transmitir o Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Durante a
história de Israel (o primeiro povo a quem Deus se revelou, fazendo uma aliança
com os patriarcas da nação), muitas vezes esse povo misturava suas crenças com
as dos outros povos que não temiam a Deus, e em vez de escolhas, faziam
misturas. Ainda hoje isto acontece muito; em vez de escolherem entre Deus e o
pecado, as pessoas tentam misturar os dois e ficar com um pouco de cada.
Veja o que a
The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997 nos diz a respeito: "O Carnaval
é uma celebração que combina desfiles, enfeites, festas folclóricas e comilança
que é comumente mantido nos países católicos durante a semana que precede a
Quaresma. Carnaval, provavelmente vem da palavra latina
"carnelevarium" (Eliminação da carne), tipicamente começa cedo no ano
novo, geralmente no Epifânio, 6 de Janeiro, e termina em Fevereiro com a Mardi
Gras na terça-feira da penitência (Shrove Tuesday)." (The Grolier
Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
No carnaval,
depois de vários dias de festa, imoralidade, bebedeira, drogas e tantas outras
coisas nocivas ao ser humano, a religião ainda sustenta que tudo deve terminar
numa quarta-feira de cinzas e "arrependimento"! Planeja-se o pecado e
seu posterior arrependimento antes de tudo acontecer. Isto é uma forma de não
ter que escolher, mas poder misturar as duas coisas... Só que o detalhe é que
Deus não aceita isto. Nunca aceitou e jamais aceitará! Cada vez que isto
aconteceu com o seu povo, o Senhor exigiu uma postura, uma decisão. Quero
mostrar isto em dois textos que refletem esta exigência em duas ocasiões
distintas: "Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com
fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do
Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal servir ao
SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos
pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra
habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR." (Josué 24:14-15).
"Então,
Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada
lhe respondeu." (I Reis 18:21).
Há um texto
de Malaquias (2:3) que diz: "Eis que (...) espalharei esterco sobre o
vosso rosto, o esterco das vossas festas; e com ele sereis tirados". Esse
texto pode ser aplicado às festas pagãs que hoje se vêem no Brasil e outros
países, a maioria com raízes no catolicismo romano.
"E ouvi
outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejais
participantes dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas" -
Apocalipse 18:4.
"Por
isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em
coisas impuras; e eu vos receberei" - II Coríntios 6:17.
Perdão, mas
a crítica é feita com todo o amor, com toda a caridade e para vossa salvação.
Quando o
imperador Constantino I (280-337dC) proclamou-se cristão, designou bispos e
pastores para elevados cargos públicos. A Igreja dantes perseguida, agora
apoiada pelo imperador, foi levando sua religião aos povos e nações dominados
por Roma. Mas, nesse processo de evangelismo imposto sem preocupação
doutrinária, absorveu muito da idolatria, dos mitos e das festas pagãs daquelas
gentes. Desse modo é que o calendário cristão foi sendo infestado pelos
eventos, costumes e festas e dos rituais da mitologia pagã.
Dessa mixórdia
originou-se o sincretismo religioso em que se emaranharam deuses do paganismo e
do fetichismo, com supostos "santos" do catolicismo romano. Até os
dicionários, enciclopédias e revistas seculares denunciam essa lamentável
ocorrência de cerimônias pseudo-cristãs, que desfiguram e aviltam o
cristianismo num culto politeísta e mitológico.
O carnaval é
um exemplo de festa pagã encetada pelo romanismo. No mundo cristão medieval, o
carnaval era o período de festas profanas que se iniciava, geralmente, no Dia
de Reis (Epifânia) e se estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que
começavam os jejuns quaresmais. Consistia em festejos populares e em
manifestações sincréticas oriundas de ritos costumes pagãos, como as festas
dionisíacas, as saturnais, as lupercais e se caracterizava pela alegria
desabrida, pela eliminação da repressão e da censura, pela liberdade de
atitudes críticas e eróticas.
Segundo o
escritor Reginaldo Prandi, especialista em sociologia das religiões, no Brasil
o sincretismo se formou no século 19, quando os escravos deixaram o
confinamento das senzalas e passaram a viver nas cidades. "Eles já haviam
experimentado uma assimilação intensa do catolicismo e começaram então a
reconstruir suas religiões". Nas tradições africanas, divindades conhecidas
como orixás governavam determinadas partes do mundo. No catolicismo romano
popular, os santos também tinham esse poder. "Iansã protege contra raios e
relâmpagos e Santa Bárbara protege contra raios e tempestades. Como as duas
trabalham com raios, houve o cruzamento", explica Prandi.
Cultuados
nas duas mais populares religiões afro-brasileiras (a umbanda e o candomblé),
cada orixá corresponde a um santo católico. Ocorrem variações regionais. Um
exemplo é Oxóssi, que é sincretizado na Bahia como São Jorge, mas no Rio de
Janeiro representa São Sebastião. A umbanda é a mais sincrética das religiões
afro-brasileiras, tendo acentuado seu lado acidental com o kardecismo. Sua
tendência mais recente é a incorporação dos elementos mágicos da chamada Nova
Era.
"Não é
a toa que no maior país católico do mundo, a passagem do ano é uma festa
profana, com brasileiros de todas as origens sociais vestidos de branco,
fazendo suas oferendas a Iemanjá", afirma o sociólogo Antônio Flávio
Pierucci.
As festas
juninas são outro exemplo. Tratam-se de comemorações populares de espírito
lúdico, tendo boa parte delas origem religiosa, tanto do catolicismo romano
quanto de cultos africanos, como se vê no caso do Afoxé e de Bumba-meu-boi.
Tradicionalmente, as festas iniciam-se a 12 de junho, véspera do Dia de Santo
Antônio e vão até o final do mês, quando, no dia 29, se comemora o Dia de São
Pedro. Nessas festas há fogueiras, danças de quadrilha, fogos de artifício e
comidas típicas, e são freqüentes os casos de embriaguez, brigas e
assassinatos.
Tais festas
lembram uma outra. Jerusalém estava iluminada por fogueiras, conta-nos Flávio
Josefo, quando houve a festa pelo aniversário de Herodes. O povo festejava na
rua com banquetes, danças e bebidas. No palácio, em meio ao banquete oferecido
aos oficiais e nobres da Galácia, Salomé, enteada de Herodes, dançava ante seus
olhares incestuosos. Num acesso concupiscente de liberalidade, o rei
ofereceu-lhe até a metade do seu reino. Salomé, talvez ainda uma adolescente,
corre para sua mãe e pergunta-lhe o que deve pedir. Herodíades, para vingar-se
de João Batista, que reprovava sua vida de adultério com o seu cunhado, manda
que ela peça a cabeça do profeta num prato.
Assim morreu
aquele de quem Jesus falou: "João batista jejua e não bebe vinho",
Lucas 7.33. Morreu, em conseqüência de festejos com danças, comilanças,
bebedeiras e fogueiras. E é assim que comemoram o São João: Fazendo justamente
aquilo que ele reprovava e que lhe causou o cruel martírio.
Igualmente
triste é a lembrança de uma fogueira na vida de Pedro. Foi exatamente sob a luz
de uma pira que o afoito apóstolo sentiu o olhar penetrante de Jesus e lembrou
das palavras "Antes que o galo cante, três vezes me negarás" (Mateus
14.3-12; Marcos 6.17-29 e Mateus 26.69-75).
Satanás escarnece
dos crentes e ri dos foliões que induziu a participar e a comemorar as datas
dos "santos", fazendo exatamente aquilo que lhes causou sofrimento e
morte.
É lamentável
que cristãos ditos evangélicos tomem parte nesses festejos pagãos em honra a
Momo e a Baco, deus do vinho, ou fantasiem seus filhos para a "simples
festinha folclórica", entregando-os de bandeja nas mãos de Satanás, que
aproveita a excelente oportunidade para afastá-los da igreja e do Evangelho,
talvez por toda a vida.
No carnaval
de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram, continuamos
vendo, imoralidade, promiscuidade sexual e bebedeira.
Como
cristãos não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que
vai contra os princípios claros da Palavra de Deus (Romanos 8:5-8 e I Cor.
6:20).
Por isto, a
nós cabe, o grande desafio como Igreja do Senhor Jesus Cristo, nos
posicionarmos em oração e jejum, anulando essa força no mundo espiritual e não
nos conformando com tais manifestações em nossas cidades, estados e nação, pois
feliz é a nação, cujo Deus é o Senhor.
Nós,
Cristãos, não devemos concordar de modo algum com essa comemoração pagã, que na
verdade é em homenagem a falsos deuses, patronos das orgias, das bebedices, dos
desvarios e dos excessos, na verdade demônios. Pense nisso.
Veja que
você pode fazer: 1) Se arrependa de seus
pecados; 2) Confessa-os ao Senhor Jesus Cristo (única e diretamente); 3) Peça
que Jesus faça morada em sua vida; 4) Ande em novidade de vida.
ÍNDICE DOS ESTUDOS BÍBLICOS
http://macfly.multiply.com/journal/item/46
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